Incentivar crianças à leitura é essencial. A leitura para mim desperta a criatividade, permite conhecer novas idéias, culturas e até lugares. Sim, é possível viajar através da leitura. Alguns autores descreve locais com tal precisão, com tantos detalhes, que é como se estivéssemos lá.
Desde que me entendo por gente, gosto de ler. E o incentivo de algumas pessoas foi importantíssimo para que eu descobrisse esse prazer. A primeira delas é minha mãe, Maria Aparecida Ribeiro, que até hoje, aos 85 anos, lê com uma frequência que, para muitos, é espantosa. Em média, lê dois livros por semana. E ela, devido as circunstâncias, frequentou a escola só até o quarto ano primário, que não chegou a concluir.
A segunda, que não posso deixar de mencionar, é a professora Isaura Ana de Freitas, quando lecionava na escola Antonio Giovani Lanzi, na Vila Paraíso. Isaura não só incentivava a ler como também a escrever. E como era bom quando a professora elogiava uma redação! Às vezes ela até pedia para ler em voz alta. Sentia vergonha, mas era uma sensação muito boa.
Outra pessoa que colaborou muito para que eu gostasse mais e mais de ler é Vanelli, hoje pastor Vanelli. Sim, quando o conheci ele era o responsável pela Biblioteca Municipal, frequentada por mim "religiosamente", consdirando que, desde aquela época, não dispunha de dinheiro para comprar livros.
À época, devo ter lido praticamente todo o acervo. Sim, eu lia em média, cinco livros por dia: romances, poesias, contos, ficção, filosofia, psicologia, arte, música, teatro. E Vanelli até "palpitava" sobre as minhas escolhas, como quando, entre os 13 e 14 anos, li "O processo", de Franz Kafka ou "Assim falava Zaratrusta", de Nietzsche.
E foi assim, lendo e com o incentivo da professora Isaura Ana de Freitas, que comecei a escrever. De início, escrevia a pedido de amigas, "cartas" transcrevendo o que elas gostariam de dizer a alguém. Depois comecei a escrever poesias. Participei de um concurso realizado pela então Editora Shogun, do Rio de Janeiro, no qual poesias de minha autoria foram classificadas e, como prêmio, publicadas em uma coletânea. Outras também me renderam premiações.
Muito do que escrevi já se perdeu. Alguns textos joguei fora. Outros se perderam antes que eu fizesse backup no computador. O que me rendeu broncas severas de minha mãe à época. Pois foram elas, as poesias, que indiretamente me levaram a escrever em jornal, onde tive a honra de conhecer pessoas que me além de terem me dado essa oportunidade, como os jornalistas Luis Ricardo Alves, Marta Augusta de Oliveira e Valter Abrucez, também me incentivaram muito.
A todos vocês, meus agradecimentos. Não sou expert em nada. Mas continuo uma leitora voraz e gostando de escrever. Seja lá sobre o que for, como este texto, por exemplo, através do qual presto uma pequena homenagem às pessoas mencionadas, com quem aprendi muito.