sexta-feira, 9 de março de 2012

Um sonho ecológico para Mogi Guaçu

Foto do site Malvezzis
Você sabe o que Amsterdã tem em comum com Buenos Aires e Paris? Bicicletas como meio de transporte! Existem 550 mil magrelas em circulação na capital holandesa e 90% das ruas já tem áreas específicas para elas. A estimativa na cidade argentina é de criar pelo menos 100 km de ciclovias até dezembro.  Já na França, há impressionantes 700 km de pistas.
Quem anda por lá fica espantado com a quantidade de bikes circulando. As pessoas as utilizam para ir ao trabalho, escola ou, simplesmente, passear. Os municípios brasileiros caminham para esse "sonho ecológico", mas ainda é preciso mais investimentos e segurança para os ciclistas, diz Alan Rogério Malvezzi, proprietário de uma loja especializada em Mogi Guaçu, organizador e incentivador da prática do ciclismo.
Cultura sobre duas rodas
O transporte em duas rodas é vantajoso para todos, pois pedalar resulta na queima de calorias, tonifica os músculos e melhora o desempenho do sistema cardiovascular de quem pratica. Sem contar que reduz os congestionamentos e não emite poluentes na atmosfera. Além disto, diz Alan Malvezzi, pedalar permite conhecer novas pessoas, contato com a natureza, oportunidade para bons papos e muitas risadas.
”É uma terapia”, garante, informando que na microrregião milhares de pessoas estão pedalando, sejam atletas ou não. A prática de pedalar tem atraído pessoas de todas as idades – de crianças a idosos – e permitido a inclusão de pessoas portadoras de deficiências, que utilizam próteses em uma das mãos ou em uma das pernas, por exemplo. “E impressionante o desempenho deles”, relata.
Alan acredita que cidades do interior, como as conurbadas Mogi Guaçu e Mogi Mirim, terão em um futuro próximo investimentos em ciclovias permitindo que pessoas possam ir e vir sem necessariamente enfrentar os problemas do trânsito e sem o ônus de pagar pelas tarifas do transporte coletivo. “Tem muitos mogimirianos que trabalham em Mogi Guaçu e vice-versa. Será um ótimo investimento a construção de ciclovia interligando as duas cidades. Também será muito útil”, avalia, crendo que esse seu “sonho ecológico” possa ser concretizado em breve.
Para se ter ideia, em São Paulo, cerca de 4 mil pessoas morrem todos os anos por problemas do coração e respiratórios. Vale dizer que a fumaça dos escapamentos responde por praticamente 70% desses óbitos. E tem mais: segundo o médico Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP), uma criança exposta a toda essa sujeira tem quatro vezes mais chances de desenvolver doenças pulmonares. "Perde-se, em média, US$ 1,5 bilhão por internações, redução de expectativa de vida e mortes causadas pela poluição".
A boa notícia é que os governantes brasileiros decidiram apostar nessa alternativa ecológica; a capital paulista, por exemplo, possui cerca de 40 km de ciclovias. É pouco perto dos 140 km de faixas exclusivas do Rio de Janeiro e dos 100 km de Curitiba, mas já é um avanço bastante significativo, opina Allan Rogério Malvezzi.

Aspiração às
“magrelas”

Os números confirmam que o Brasil tem uma grande aspiração às magrelas, e isso pode ajudar no desenvolvimento de uma cultura sobre duas rodas. O País é o terceiro maior produtor de bikes do mundo - atrás apenas da Índia e da China - e o quinto maior consumidor. Só no ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), foram produzidas 5,4 milhões de unidades, sendo que 70% delas foram destinadas a adultos.
Por isso, as bicicletas já conquistaram importantes espaços, como no transporte público, por exemplo. Em São Paulo, há a opção de entrar nos trens e metrôs com a magrela. A pessoa sai de casa pedalando, vai até a estação mais próxima, entra no vagão com a bike, desembarca e continua a se exercitar. Além disso, diversas estações possuem locais para estacioná-las - ou até mesmo para alugá-las. Outros municípios tem esquemas semelhantes, como Belo Horizonte, onde os ciclistas podem embarcar com suas magrelas em determinados horários. (*Com informações da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo).

Pedalar x caminhar
 Cálculos de um simulador desenvolvido pela nutricionista Márcia Gonçalves, de São Paulo, mostram que se um homem de 70 quilos pedalar por 30 minutos vai queimar em média 140 calorias. Pode subir para 280 calorias caso a pessoa acelere. Fazer o mesmo trajeto a pé resultaria em uma perda um pouco menor de calorias: de 120 a 200 kcal.



Equipamentos de segurança

Alan Rogério Malvezzi lembra que há inúmeras maneiras de pedalar. E que em alguns casos, como ciclistas que fazem trilhas, turismo rural ou praticam ciclismo extremo, é necessário o uso de acessórios como capacete, joelheira, cotoveleiras, retrovisores, buzina e farol “olho de gato” e, é claro, fazer uma visita ao cardiologista.
Seja qual for o seu caso, é bom também seguir estas recomendações: manter a bike revisada, usar protetor solar em todo o corpo, óculos de proteção, capacete e sempre levar consigo água e barras de cereais, por exemplo. Com o calor atual, desidratação pode ser um problema sério, conclui. Contatos com Alan podem ser mantidos através do e-mail Alan@malvezzis.com.br.
Posted by Picasa

Nenhum comentário:

Postar um comentário